quinta-feira, 1 de abril de 2010

Lendas e superstições

Uma infinidade de estórias sobre bruxas, lobisomens, boitatás, e fantasmas enche o imaginário do homem simples do litoral de Santa Catarina, que recebeu dos seus antepassados uma visão de mundo marcada por suas superstições e medos do desconhecido. Transferidas de geração para geração, as lendas trazidas pelos antepassados açorianos somaram a outras incorporadas da população indígena, e ainda hoje há quem nelas acredite.

Para Franklin Cascaes, pesquisador da cultura açoriana em Santa Catarina, a superstição que foi herança do açoriano colonizador, deu-se nos Açores, trazida pelos colonos de vários grupos, entre espanhóis, franceses, náufragos e piratas.

Na época, a interpretação de costumes dava margem à criação de estórias e superstições. Foi o que ocorreu com o curandeirismo, uma medicina rústica que utiliza o conhecimento das plantas para tratamento de doenças, chamado então de bruxaria.

Em Santa Catarina, as estórias se favoreceram pela falta de comunicação de então, pelos caminhos distantes entre os vizinhos, pelas matas fechadas. "Por exemplo, para ir à pesca, para ir acudir uma pessoa da família que estava doente, para viajar para amanhecer em determinado lugar ou por uma necessidade qualquer de ter de viajar dentro da noite, para isso usavam uma porção de superstição:

- Não se deve abrir a porta da casa antes do galo cantar. Quando o galo canta ele espanta todas as visões, e todos os fantasmas.

- Usavam colocar no bolso dois ou três dentes de alho vestido, com a casca, e mastigavam pelo caminho. Espantavam cobra, aranhas, animais peçonhentos e até fantasmas. A bruxa, por exemplo, tem verdadeiro horror a alho."

Aos poucos vamos apresentando os costumes e superstições originados na cultura açoriana.

Fontes:
- Franklin Cascaes: Vida e arte, e a Colonização Açoriana, de Raimundo C. Caruso.
- Dos Açores ao Brasil Meridional: Uma viagem no Tempo. Vol. 2, de Vilson Francisco de Farias.

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