quarta-feira, 24 de março de 2010

Você sabia? Festa do Divino Espírito Santo

Na coluna Você sabia? do blog Homem ao Mar vamos contar sobre hábitos que vieram da cultura açoriana e já estão inseridos no cotidiano brasileiro, mas que parte da população brasileira ainda desconhece sua origem.

O culto e a festa do Divino Espírito Santo é uma das principais heranças da chegada dos açorianos ao Brasil, entre 1748 e 1756. Seu ritual longo e pomposo, que mistura o religioso e o profano, se tornou uma tradição, primeiramente em todo litoral catarinense, hoje em várias locais do pais, cada qual com seu jeito típico.

As festas são precedidas de romarias da bandeira do Divino, cuja finalidade é recolher "esmolas", destinadas a auxiliar as despesas com a festa. Os festejos começam depois da quaresma com a saída da bandeira do Divino, de pano vermelho, no qual aparece bordada uma pombinha branca. Esta percorre todas as casas, realizando a coleta de donativos para a grande festa. Geralmente, as famílias que recebem as bandeirias do Divino oferecem aos foliões comedorias diversas. O grupo de foliões é composto por músicos (rabeca, cavaquinho, violão, tambor surdo e gaita) e cantadores. Em Santa Catarina, é nas comunidades de Ribeirão da Ilha, Campeche e Santo Antônio de Lisboa (no interior da Ilha de Santa Catarina), e nos municípios de Governador Celso Ramos, Tijucas, Enseada do Brito e Laguna, onde se encontram as bandeiras da forma mais tradicional.

As festas do Divino Espírito Santo ocorrem nos meses de maio, junho ou julho. Com duração de três dias (sábado, domingo e segunda-feira). No sábado realiza-se o cortejo imperial com missa festiva em honra ao Espírito Santo. Após a missa realizam-se apresentações folclóricas, folias, bailes e queimas de fogos de artifício. No domingo acontece a festa propriamente, com a coroação da imperatriz e do imperador durante missa solene, e a escolha do novo casal imperador, que coordenará as festividades do ano seguinte. O casal proclamado toma posse na segunda-feira, encerrando o "Ciclo do Divino Espírito Santo".

Fonte: Folclore Catarinense, de Doralécio Soares.

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