quinta-feira, 25 de março de 2010

1748-1756

Apesar de já ter começado a falar sobre os costumes e tradições açorianos desenvolvidos no Brasil, sinto que falta contar sobre o grande período de emigração passado no século XVIII. É quando o maior contingente de emigrantes açorianos desembarca no Brasil, especificamente na região Sul. Contar esse fato é um requisito importante antes de avançarmos para os próximos assuntos.

O açoriano é um povo migrante, por motivos diversos, que vão desde o vulcanismo nas ilhas, a fome, a pressão demográfica, até a busca de maior remuneração do trabalho. Estados Unidos, Canadá, Venezuela, Havaí, Bermudas e Brasil, são os países que mais receberam os emigrantes dessa "diáspora".

A maior onda migratória para o Brasil ocorreu de 1748 a 1756, quando os "casais açorianos" vieram para o sul do país, fugindo da então difícil situação econômica e satisfazendo as necessidades portuguesa de ocupar o BRASIL MERIDIONAL, ainda em disputa com os espanhóis.

As famílias candidatavam-se para a emigração seduzidas pela oferta: além de pagar a viagem, a coroa entregaria uma porção de terra, sementes, ferramentas e uns poucos animais, para o recomeço no Brasil. Assim, 6000 indivíduos (entre casais novos e famílias inteiras) embarcaram nesse período, destes 4500 ficaram em Santa Catarina e os demais foram reembarcados para o Rio Grande do Sul.

Ao chegarem no novo continente as famílias açorianas reforçaram a população das freguesias já então (fragilmente) estabelecidas na região, como São Francisco do Sul, Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis) e Laguna. Logo também fundaram novas, onde aplicavam seus hábitos e tradições trazidos do arquipélago, como a forma de pesca e construção de barcos, a agricultura e construção de engenhos de farinha.

Porém, as novas condições climáticas, de solo e mar, e o contato com culturas diferentes (como os indígenas) forçaram uma adaptação de seus hábitos, e esse é um assunto que será explorado num próximo post.

Fontes:
- Dos Açores ao Brasil Meridional: Uma viagem no Tempo. Vol. 2, de Vilson Francisco de Farias.
- O Atlântico Açoriano, de Eugênio Pascele Lacerda.

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